"Rua do tamanho do Mundo"

"Rua do tamanho do Mundo"

sábado, 4 de agosto de 2007

Clara recorda os primeiros contactos com experiências fortes

ola Joãozinho!
Obrigado por teres respondido logo.
Era sardenta sim senhor!

Agradeço-te a simpatia " rechonchuda"..., gordinha se faz favor!
Os meus irmãos e alguns bafatenses chamavam-me clarabóia! passei a vida
nisto - rechonchuda - dieta - normal - doces - rechonchuda - dieta - normal
- etc. agora estou nos gelados ou sorvetes(cá no porto) estou portanto
"rechonchuda " para ti e gordíssima para mim.
Também eu tenho imenso carinho por ti, por ti e por todos os Fonsecas, a
minha 2ª casa em Bafata.
Lembro-me até do teu Pai, dos programas de rádio k ouviamos em tua casa, só
para o ouvirmos tocar.

Recordo-o com carinho também! Desculpa falar-te disto,
a morte do teu Pai foi o nosso ( dos putos bafatenses) 1º contacto com a
vida como ela é.

Foi o nosso 1º funeral, foi a nossa 1ª morte, foi um
crescer súbito e doloroso, mas foi também solidariedade, amizade,
companheirismo, nesses dias os bafatenses não vos deixaram sós,
revezavamo-nos em vossa casa ( coitada da tua mãe às tantas ela queria estar
sózinha, mas nós não davamos hipóteses)
Mas a vida é assim mesmo!
E a RCB teve esse mérito, os nossos primeiros contactos com quase tudo da
vida.
Nascimentos, mortes
Amores, desamores
Encontros, desencontros
Até teve guerra e paz....

Recordo-me de algumas histórias... um dia tentarei reproduzi-las.
Havia outro campo de futebol para os mais velhos e os do meio. Era na rua 4
(não se estragavam os portões), em frente aos Afonsos/Stones ía até às
Paixões. Nós, as raparigas faziamos as claques no quintal dos Altininos (que
por acaso são Gonçalves, mas como o Pai era Altinino e o zé também...).Sei
que ficava sempre alguém na rua 1 para apanhar bolas (eram muitas, o campo é
um "pouco" inclinado) e por causa dos carros (que na altura eram poucos e
além disso os nossos pais entravam no nosso reino com cuidado, já sabiam o
que a RCB gastava).

Como não percebo nada de computadores, tens de me explicar (muito bem
explicadinho) e autorizar a escrever directamente no blog, talvez o faça um
dia!


Clarabóia


Clara, espero que não te chateies por colocar no blog a tua conversa. Mas é isto que temos vindo a fazer. Partilhar memórias, sensações, vivências... E neste caso, que tem a ver com o meu pai, sinto-me perfeitamente á vontade para partilhar...


Aliás, aproveito este mesmo post para me situar nesse tempo. Eu não fui ao funeral. Tinha 5 anos. Terá sido opção da minha mãe. Porventura a opção mais correcta, não sei. O que sei é que houve tempos da minha infãncia em que toda gente chorava em casa... e eu queria continuar a brincar com o Pô, o Zézinho, o Tico...

«Joãozinho»

2 comentários:

MS disse...

Claruxa,

Tão bom ke tenhas aparecido, nem imaginas. Nós lá em casa também sempre te adorámos. És uma pessoa ke não se eskece! Sensível e com elevada estatura moral, em suma a incrível Claruxa. Ficou-me para sempre a tua imagem no dia em ke nos mudámos definitivamente da Rua. Trouxeste-nos um ramo de flores, à despedida e ficou-me a imagem da tua cara (alegre e triste) ao acenarmos adeus mútuamente, a lágrima contida ao canto do olho de todos, à medida ke o carro avançava, acenando até nos deixarmos de ver...
Nakeles tempos, a minha mãe, as conversas ke se tinha com ela..era uma tia com kem se podia falar de tudo, tembras-te? E também tinha/ tem o seu sentido de humor. Tu foste uma ajuda preciosíssima para ela nakeles dias mais difíceis (after Dad passed away). Eras uma kerida, vinhas pra nossa casa com frequência com o teu ar sempre alegre e bem disposto e com muita graça eras um raio de luz em nossa casa. Contigo era impossível alguém estar triste!!
Desses dias (terríveis) lembro-me ke no dia catastrófico dormi em casa da Ginha, pois a minha mãe estava em estado de choke. Lembro-me de ter dormido também, penso ke no dia seguinte, em casa dos meus padrinhos/melhor amiga (Isabelinha). Lembro-me de terem tido conversas longas comigo (Ana Pais tb) na tentativa de me distrairem, sobre imensos temas para a minha idade (8). No decorrer dessas ela (Ana) ofereceu-me um boneco dela-um chorão. Era o ke eu kerida ter nakela altura. Também me lembro de me teres emprestado brinkedos fantásticos como por ex. o teu estojo de médica (fikei durante horas no teu quarto a brincar com ele). Em tua casa acho ke não dormi (pena) mas lembro-me de me terem convidado para almoçar lá. Estava a família toda...foi muito simpático da Tia Acélia. Com a Isabel, Armando, Ginha, Nuno e Raul passava a maior parte desses dias (negros).
A tia Bi, também foi uma grande amiga. Uma Pessoa demais, nessa altura e aliás sempre!

A todos vocês OBRIGADA! Por isso e por tudo o resto ke vivemos juntos ficámos eternamente ligados por uma amizade única!

Beijinhos

Guida Fonseca

Anónimo disse...

Clara, e se procurasses no teu baú umas fotos antigas???

Isso era genial...

Vou enviar-te convite para poderes postar!

Já falei com a minha mãe, que disse logo: «Ah! A Clara... era tão boa rapariga».


«Joãozinho»