"Rua do tamanho do Mundo"

"Rua do tamanho do Mundo"

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Juca Perry faz-nos a ligação: O passado e o presente


Olá João

Vou descrever-te quais as casas que já foram vendidas, que eu saiba aqui na Rua 1 , se calhar aquela que mais casas viu trocar de dono:

Nº3, casa dos Camachos, vendida a um grande amigo nosso, o Manel Brito, que tem uma filha crescida, dois cães enormes, e que é um defensor acérrimo deste bairro e da freguesia, sempre a insurgir-se contra os drogados.

Nº5, casa da Estefânia, vendida a um casal que não sei o nome e que tem uma filha com perto de 14 anos.

N9, casa dos da Nova, vendida por eles a um casal que tinha dois filhos, o Rui e o João, com talvez 16 e 22 anos respectivamente. Este casal vendeu a casa em Janeiro deste ano a outro casal, que tem dois filhos, um rapaz de 13 ou 14 anos e uma rapariga de 17 anos. Só os conheço por nos cumprimentarmos no dia a dia.

Nº 15 – casa dos Salazares Antunes, vendida a mim em 1999, tenho 3 míudos : o Manel (14 anos), o Guilherme (9 anos) e a Margarida (nascida e criada aqui nos Olivais) com dois anos.

Nº2 – casa das Paixões, vendida há muitos anos a um oficial da Marinha, conhecido pelo Comandante. Tem 2 filhos adultos que já não habitam aqui.

Rua 2 -Nº21 – casa dos Altininos, vendida a um casal (que penso ser conhecido ou amigo da MªJoão Rico) há relativamente pouco tempo. Sei que o casal se separou e que na casa ficou a Sra. com crianças pequenas, mas não sei as idades.

Rua 2 – a tua casa…não sei se quem lá mora tem filhos ou se ainda é a mesma pessoa a quem vocês venderam. Eu acho a casa com um ar fantasmagórico, para te falar com sinceridade.

Soube agora da casa dos Suíços.

Aquela casa da rua 4 que estava abandonada durante muitos anos, teve que esperar uma resolução de partilhas porque havia herdeiros menores e depois foi comprada por um Engº que tem lá a empresa de construção a funcionar, tipo gabinete de projectos.

Rua 4 -A casa dos Pais, que penso ser habitada também por alguém que tem filhos.

Rua 4 -A última casa, que chamam dos Moçambicanos, é habitada por um casal que suponho que é um médico, e que penso que são padrinhos de uma neta do Prof. Taurino. Não sei se não são amigos da Rosário Taurino.

As diferenças na vivência e no barulho são enormes. Os novos miúdos já não andam na rua. Se querem andar de bicla, os pais carregam as bicicletas nos tejadilhos e vão para outros sítios da cidade…ou só andam nas férias…Não se convive como antigamente. Há famílias que têm muitos netos e que são frequentadores assíduos da rua, como é o caso da Família Martins. Temos muitos carros da condução permanentemente a entrar e a sair daqui, o que eu acho muito irritante…

Muitos dos casais fundadores também já perderam a sua “cara metade” o que torna o bairro também mais triste. De qq modo eu gosto muito de viver aqui, ao lado da sogra do meu marido. Foi muito bom para os meus pais eu ter regressado ao bairro, precisamente no ano em que o Bequinhas casou e resolveu ir para Paço de Arcos.

Os meus míudos adoram isto. Agradeço ao casal Salazar Antunes este regresso!

Tenho muitas histórias para contar, histórias recentes mas muito engraçadas. Gosto do bairro onde sou tratada por “menina” pela D.Júlia, vendedora de hortaliça no mercado municipal. Quem não se lembra da leiteira, que vinha trazer leite numa mota muito barulhenta, com um pequeno atrelado e com os filhos pequenos ao monte atrás no atrelado a segurarem as garrafas de leite (em vidro com tampa de folha de alumínio? Pois é …é a D.Júlia. Após o 25 de Abril, não havia leite, e a minha mãe não se esquece que a D.Júlia nunca deixou de trazer pelo menos duas garrafas de leite aos Perry’s. Tinha pena da minha mãe porque nós éramos muitos. Olha, esta é outra das “santas” que o JPerry falou. Fica aqui a minha homenagem à D.Júlia.

Beijinhos para todos os BFTenses

Juca Perry

Mando esta foto onde se vê Juca e Pedro Perry à frente e o recém chegado bloguista JPerry atrás.

Bjs

Juca

2 comentários:

Cristina CN disse...

Eu quando vim para a Rua também pensei que os meus filhos iam poder andar á vontade por aqui. Vai logo de investir em duas "brutas" bicicletas com tudo e mais alguma coisa. Os avós ofereceram os capacetes, joelheiras etc (eu sempre andei sem nada mas se deixo os meus filhos sem capacete sou logo apelidada de mãe irresponsável). A Mafalda nunca gostou muito da bicicleta mas o Vasco andava por aí às voltas. Quando ele fez 12 anos achei que podia deixá-lo ir um pouco mais longe e comecei a pedir-lhe para ir ao pão ao Pingo Doce do shoping. Dizia-lhe para ir pela Rua Cidade da Praia pois tem menos movimento. Um dia por alturas do Canarval os miúdos dos prédios atacaram-no com balões de água. Chegou a a casa furioso (acho que era mais por ter sido o alvo da partida, em vez de o autor como habitualmente). Depois disso só muito dificilmente o convenço a andar por aí. Acho que acima de tudo lhes falta companhia para terem aquela sensação de "gang" e andarem na rua à vontade. Fiquei mesmo admirada de saber que havia outras "crianças" na rua com idades próximas às deles pois nunca dei por isso (por isso é que tinha tantos complexos com o barulho que os meus fazem com os primos e amigos)

JPF disse...

Este blog tem essa magia. Cada dia que passa descobrimos algo que não imaginávamos.

Confesso que cada vez que vou ao blog, vou com aquela ansiedade de miúdo, «será que apareceu alguém novo?», «será que há mais fotos espectaculares?», que surpresa para hoje?


E a verdade é que quase todos os dias temos uma surpresa.
Ora uma pessoa nova,
Ora uma história que já não nos lembrávamos...

Tou a adorar!

«Joãozinho»