Vi agora o nome dos pais Taurino colocados pela Rosário e (re)lembrei que a D. Conceição Taurino faz anos na mesma altura que eu. Foi a primeira pessoa que conheci aqui na Rua. Por ser a "minha vizinha" foi-me logo apresentada pelo Sr. Mathez e logo simpatizei com ela. Não quero deixar de partilhar convosco um episódio que vivi com ela que certamente a define como muitos se devem lembrar, uma senhora "cheia de fibra".
Tinha eu mudado há pouquíssimo tempo quando ela me telefona a dizer que em minha casa saía água por todos os lados. Quando cheguei deparei-me com uma inundação que começava no sotão e chegava ao rés-do-chão molhando tudo pelo caminho. E eu completamente sozinha, marido fora, miúdos no colégio, pais na hidroginástica, sogros na quinta, enfim ninguém para me ajudar. A D. Conceição começou logo a carregar alguidares e baldes de casa dela. Eu estava preocupadíssima pois sabia que ela tinha sido operada há pouco e não queria que ela se esforçasse ou se molhasse. Nem sabia para onde me havia de virar, se para a água se para ela. Mas ela não desarmava de esfregona e balde em punho enquanto eu corria a pôr baldes e panelas por todos os lados. Chamei os bombeiros para ver se podiam sugar a água com alguma bomba, mas eles descartaram-se imediatamente. Eu resignei-me mas ela disse logo: "Então uns rapagões destes e não ajudam nada?" Eles lá se envergonharam e ajudaram a afastar uns móveis.
Mesmo mais tarde quando consegui convencê-la a sentar-se ela continuava com a esfregona a apanhar àgua. Parecia uma cena de filme, sentada no meio da cozinha de esfregona na mão rodeada de alguidares por todos os lado com cataratas a cair do tecto. Quando mais tarde lhe devolvi os alguidares é que vi a pilha que ela tinha trazido nem eu percebi quando ou como.
Por isso, D. Conceição, se nos está a ler, um muito obrigada para si que eu não esqueço aquele dia em que a senhora foi a minha única ajuda naquele mar de água. Apesar da sua debilidade física na altura, não me abandonou.
Um beijinho enorme
Cristina CN
PS. E já agora, eu sei que a D. Conceição gosta muito de escrever, será que a Rosário não a convence a partilhar algo aqui?
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
A minha vizinha
à(s) 22:29
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20 comentários:
D. Conceição Taurino... um beijo muito grande do Janjan ! A quem a D. Gabriela chamava .... menino Jesus ! Lembra-se ?
Sim está na hora de a geração dos pioneiros começar a participar, nem que seja através dos filhos como diz o Times, se não se entenderem muito bem com estas coisas dos blogs. Afinal, como tem sido sobejamente dito, eles são os "culpados" de tudo e em última análise do blog.
Grande ideia .... e vou sacar umas histórias aos meus pais !
Mas Times ... O gás? Lá em casa era da companhia ! O talho ? Geeeeesus, era na fileira de lojas ao lado da tasca onde comprávamos os cigarros , descendo as escadas ! As mercearias ? Ou na tasca do lado de lá da Marechal Gomes da Costa ou ... na fileira ! But , good kind of questions anyway !
Janjan
PS: Cristina, estás a tornar-te indispensável neste blog ! O que mostra que a Bafatá continua com o ' spirit ' !
Olá!!
Será que as bilhas não eram para os aquecedores??? Mas não posso falar muito, nasci em 1971... Sorry Luís, não te posso ajudar! Lembro que o gás lá em casa sempre foi da Companhia. E ainda bem! Porque cheguei a experimentar em casas de férias as bilhas de gás que acabam precisamente quando estamos no banho! LOL!
Como já referi, imprimo algumas notícias do blog para mostrar à minha super mãe (até referi que ela é toda modernaça, mas que ainda não tem internet. Não é que ela diz que já tem lá um pacote qualquer para instalar a internet e quer!!!!... pessoal, tudo muito normal, mas ela tem 70 anos!! Ela é um ESPECTÁCULO!). E sempre que ela vê as notícias diz que vai escrever qualquer coisa! Aguardemos!!!
Beijinho!
Xaninha,
Continuo no muro sentado...
BPerry
Becas!
Vais ter de esperar uns dias... é melhor saires do muro!!
Pessoal, foi o Becas que me ensinou a andar de bicleta!!!
E nunca mais me esqueci (fiquei traumatizada) de um jogo MUITO ESTÚPIDO e o Becas convenceu-me a entrar no jogo, eu esqueci-me por momentos que estava a jogar e sofri as consequências. O objectivo do jogo: Sempre que algum dos participantes estivesse no passeio podia-se MALHAR com pontapés nas canelas! E, como já referi, um dia esqueci-me que estava no jogo e o Becas não se tinha esquecido - DOEU!!
Bj
Pois, às vezes também tinhamos bricadeiras estupidas!!! Esse jogo surgiu no tempo do preparatório, em que quem pisasse calçada branca, apanhava nas canelas à séria!!!. Eu também apanhei dos mais velhos e depois desforravamos nos mais novos.
Desculpa Xaninha são coisas de criança...
Eu juro que para a próxima não doi...By the way!!! Eu tenho um novo jogo, queres entrar?
Esou a brincar!!! Bjs
Times:
Juro que era da companhia ( o gás ) ... mas falo certamente dos anos setenta ! E acabar durante o duche tocou-me também, mas mais tarde na vida!
E Xana, ótimas noticias acerca da tua Mãe e redenção à internet, certamente será um tesouro de histórias !
Janjan
Posso dizer que nunca vi bilhas de gás lá em casa... mas tinha que ser com bilhas. Não acredito que nos anos 60 existisse gás da companhia...
Mas de certeza que eram os meus irmãos que tratavam dessa tarefa chata de ir comprar a bilha!
Quanto aos nossos pais.
bem, a minha mão tem 75 anos (1932) e é utilizadora diária do messenger...
Dirão voc~es: «Que modernaça... como foi?».
É simples, tenho um irmão na Austrália, uma irmã em Chicago, outro esteve dez anos em Angola, outra esteve 5 anos na Alemanha... e o meu irmão António fez questão de lhe proporcionar os meios parapoupar dinheiro em chamadas.
Liga o computador de manhã, e desliga à noite.
Messenger e Skype... sempre ligados!
Novos tempos...
Quanto a escrever, já lhe custa muito, a visão, a dificuldade do teclado... demora muito tempo. Mas um dia destes em casa dela, sento-a comigo e escrevo o que ela me contar!
«Joãozinho»
Olá a todos,
Cristina, tives-ye uma demonstração de como era o bairro nos nossos tempos de criança. Quando alguém precisava de ajuda havia sempre algum vezinho que ajudava. Muitas vezes vários. Eramos uma família. Claro que numa rua com tanta gente uns davam-se mais com outros, mas ninguém ficava sózinho. As pessoas sabiam que podiam contar com os vizinhos.
Times,
O que sempre houvi foi que sempre tivemos gás da companhia. Lembro-me de perguntar aos meus pais porque é que nós tinhamos gás da companhia e os Altininos não (casa pegada) e de me responderem que foi opção de cada família.
João,
a tua mãe está uma cibernauta e peras. Envia-lhe um grande beijo.
Beijos para todos,
Ginha
Welcome back Ginha !!
conheço alguns de vocês...
Quem és Bilhas?
Entra e conta coisas... Vá lá, não te envergonhes...
«João»...»zinho»
É pessoal!É mto engraçado ver aqui algumas confusões que se fazem por este ou aquele motivo.Desta vez foi o gás;mas é de facto como a Ginha "disse"!Foi opção de cada um e a maioria não tinha porque ainda causava algum receio ter gás canalizado dentro de casa.Já agora,quem tem gás desde a origem(não sei como é agora)também tem enterrado no jardim atrás,um pequeno depósito enterrado,por uma questão de segurança e regulação de pressão(penso eu).Portanto,cuidado com as obras!RuiVasco(da Elsa)
LOL Eu conheço esses slogans ;) Mas é país Vasco.
E já agora gostava de saber mais coisas sobre esse depósito de gás que é suposto estar algures no jardim. Estou mesmo a ver-me um dia destes nas minhas jardinagens a plantar alguma coisa e a explodir com tudo. Alguém pode dar mais informações?
Eu jurava que isso não existe...
Mas alguns «peritos» garantem que sim... é porque existe!
beijos Cristina!
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