andaimes.. confissão 30 anos depois !

A coisa começa numa incursão pelos andaimes que suportavam as obras em casa dos Pereira da Silva, ou seja, do Bi e Joni ... O dia andava chato, passeava-se adrenalina por ali, chegara-se ao telhado. Na modorra do solarengo fim da manhã e enquanto se disfrutavam arriscados equilibrios, alguém que não me lembro vê uma chaminé, vê umas pedras por ali e .... fica com ar pensativo... Elas, as pedras, eternas companheiras de jogos de arremesso, estavam a jeito que nem namorada em tarde de domingo. Por infeliz coincidência, as unicas estruturas salientes naquela paisagem de tijolo ondulado eram as chaminés que das cozinhas permitiam sair vapores e outros fumos que tais. Ora, como tudo o que sobe desce, as cabecinhas aBafatadas dos presentes começaram a fumegar também, bastou um entreolhar dos presentes e naquele momento sabiamos que ia sair ... da grossa ! Não me lembro quem terá sido o primeiro, nem o segundo ou terceiro ! Mas não esqueço o impacto provocador, prémio mor de tão idiota ideia que naquela idade mais não era que o dia ganho, uma daquelas não passava nem na cabeça do capeta, segredo e estrondo de truz a guardar depois de risos incontidos e fugas andaimes abaixo. Tendo o acesso ao local do crime sido facultado por andaime de nº 14, mandava a prudência que o ataque se não dirigisse à chaminé mais à mão, pelo que o alvo do atentado fácilmente se percebe ter sido o nº 16, residência dos Marques Pedro, Ossitos e Tó João , para mais fácil identificação.
Soube-se pela tarde, no alegre e despreocupado convivio em muros ou jogos da bola, que o terrorista ataque havia dado cabo de um almoço, de uns ' pyrex ' e que mesmo um fogão havia sofrido na pele as marcas da intifada ! À indignação e acusações do Tó e Paulinho ( Ossitos ) juntava-se a turba, apontando ' os de fora ' como unicos possiveis causadores de semelhante javardice. Mandava então a sensatez que em vez da basófia da reclamação da autoria do acto, alinhassem os arremessadores na indignação geral, guardando para momentos de maior recato as descontroladas risadas ao relembrar o acto.

Reza a história que o segredo sobreviveu confinado aos presentes, coisa rara naquele tempo e lugar. Reza a lenda que o desmascarar da coisa, se faria 30 anos depois, nunca antes, em publico lugar de teclares saudosistas. Seria assim ?

Nesse caso, história e lenda verdadeiras, seria de esperar por estas alturas a confissão dos misteriosos chamineiros ... a ver vamos o que nos reserva o espaço dos comments !