Olá!
Depois de terem tido as 7 meninas, os meus pais partiram para terras de África - Angola. Lá nasceram o Pedro o Toninho e eu!
Nascemos em Silva Porto, actual Kuito - a zona mais fustigada pela guerra em Angola.
Lembro-me de estarmos em casa, nos Olivais, e estarem a transmitir num noticiário da televisão imagens de Silva Porto após um confronto e a minha mãe toda empolgada a dizer que era aquela a estrada que faziam para ir para a missa e eu estava com imensas dificuldades em descobrir uma estrada naquelas imagens desoladoras de destruição!
Envio uma fotografia minha de Novembro de 1974 (tinha 3 anos) de uma terra com o nome de Dundo.
Reparem nas Mangueiras carregadinhas de mangas deliciosas! Lembro-me do Toninho com uma vara enorme a tentar sacar umas para comermos....
As minhas lembranças de Angola são muito vagas, tenho apenas alguns "flashs" gravados (inclusivé 2 pesadelos que tive lá) na minha memória!
O meu pai ainda esteve por lá uns aninhos depois do 25 de Abril - tenho uma redacção da escola de Dezembro de 1977 que menciona que fui lá pelo Natal. Mas peço às minhas irmãs que me ajudem, pois, como já referi, lembro-me muito pouco de lá!
Beijinho,
Xana the VIII
Depois de terem tido as 7 meninas, os meus pais partiram para terras de África - Angola. Lá nasceram o Pedro o Toninho e eu!
Nascemos em Silva Porto, actual Kuito - a zona mais fustigada pela guerra em Angola.
Lembro-me de estarmos em casa, nos Olivais, e estarem a transmitir num noticiário da televisão imagens de Silva Porto após um confronto e a minha mãe toda empolgada a dizer que era aquela a estrada que faziam para ir para a missa e eu estava com imensas dificuldades em descobrir uma estrada naquelas imagens desoladoras de destruição!
Envio uma fotografia minha de Novembro de 1974 (tinha 3 anos) de uma terra com o nome de Dundo.
Reparem nas Mangueiras carregadinhas de mangas deliciosas! Lembro-me do Toninho com uma vara enorme a tentar sacar umas para comermos....
As minhas lembranças de Angola são muito vagas, tenho apenas alguns "flashs" gravados (inclusivé 2 pesadelos que tive lá) na minha memória!
O meu pai ainda esteve por lá uns aninhos depois do 25 de Abril - tenho uma redacção da escola de Dezembro de 1977 que menciona que fui lá pelo Natal. Mas peço às minhas irmãs que me ajudem, pois, como já referi, lembro-me muito pouco de lá!
Beijinho,
Xana the VIII
13 comentários:
Que foto Xana.... FANTÁSTICA !!!!
As cidades das "provincias ultramarinas" eram lindas, espaçosas e de ruas largas, casas com quintal e muro baixo, onde o tempo parecia não correr.
As cidades eram limpas, os lancis dos passeios pintados de branco e os jardins públicos arranjados.
Hoje é um desalento!
Mas minha experiencia de viver nas cidades de São Tomé, Bissau e agora em Dili, permite-me dizer que, apesar de tudo, vale a pena visita-las hoje!
Há vestígios de Portugal, do Portugal das décadas de 40 a 60, um pouco por todo o lado.
Conseguimos imaginar a tranquilidade e qualidade de vida que se usufruia no tempo da administração portuguesa, mesmo com as ruas esburacadas, sem iluminação pública e as casas degradadas.
No jardim da minha casa (de função)em Bissau, havia várias mangueiras, altas e de tronco largo e de uma delas caiam mangos que partiam as telhas do telhado!
Prometi um dia falar-vos de Bafatá, quem sabe se não é desta...
A foto que a Xana partilha connosco dá uma ideia de Bafatá, afinal, dentro do género das cidades das "provincias ultramarinas".
Não conheço o Quito, mas Bafatá deve ser mais pequena!
Tem uma rua principal que desce até ao rio (cujo nome não me recordo.
No cimo da rua, a Igreja de cor verde (tipo sul américa!) embora desconheça se se trata da cor original. É um edificio dos anos 40/50.
No fim da rua, de uns 200 metros, o mercado à esquerda, com um alçado onde sobressaem umas ogivas tipo árabe e um pouco mais ao fundo, a piscina - hoje sem água e desventrada - mas que "nos tempos" (como lá se diz) era cheia com agua do rio (talvez bombeada).
Em frente ao mercado, na esquina, um edifício arredondado com um enorme pombal. Essa rua segue depois com o rio pela esquerda até, não me lembro onde...
Da rua principal, saiem umas tres ou quadro ruas prependiculares para a esquerda e para a direita que vão dar a duas outras ruas paralelas à principal.
Na rua principal há um cinema, onde assisti a um dos jogos do europeu de 2002, com os "primos" todos à volta, a beber cerveja choca porque gelo para as arcas "ka tem!" (expressão em criolo que quer dizer, não há!).
Via-se num ecran gigante projectado de uma TV, alimentada a gerador, já que em Bafatá - tal como Bissau na maior parte das vezes - não há luz pública, pelo menos, desde 2000.
Os edificios estão degradados e num deles, na rua esquerda paralela à principal, vive um casal de portugueses que têm uma venda tipo a do Sr. Manel, no outro lado da Marchal Gomes da Costa, ali pertinho ao que é hoje a RTP (já se postaram aqui memórias dessa venda).
A residencia fica por cima e alugam-se quartos. O banho toma-se de caneco e à noite funciona a vela ou a lanterna a pilhas.
A senhora fazia uns bifes que sabiam pela vida!
Acho que o senhor se chama(va) Carlos e tinha uma escola de condução!
Estou a precorrer Bafatá de memória agora, enquanto escrevo!
Com uma saudade imensa e uma ternura ainda maior por essa cidade que dá nome à nossa rua e para onde ia tantas vezes ao fim de semana.
Uns três ou quatro quilometros antes de Bafatá, numa imensa savana, havia um acampamento de caça exoplorado por um português, o meu companheiro de muitas noites ao som de cigarras e outra bicharada, a beber wisky à luz do petromax!
O tal rio ficava lá mais à frente!
Nessas alturas - e foram tantas nos meus três anos de Guiné, noutros tantos locais do mato - sentia-me dono do mundo!!!
É uma felicidade inexplicável!
E lembrava-me do que sofreram os militares que ali deixaram anos das suas vidas... E sentia-me na pele dos aventureiros do principio do século que ali se instalaram... E não queria que aquele momento não acabasse nunca mais!!!
Já está piegas, desculpem!
Ficou um cheirinho de Bafatá!
beijos e abraços,
joni
Irra Joni.... este comment vai ter de passar a post mesmo... desculpa-me lá o abuso !!
Janjan
Joni, concordo com o Janjan! Este Comentário está TÃO BOM que tem de ser mesmo um Post! Descreves tão bem!!! Penso que consegui visitar Bafatá apenas com as tuas memórias!!
Que inveja da tua facilidade em passar para as palavras o que te vai na cabeça e ......... na alma!!!
Beijinho e Obrigada por este momento!
Xana, the VIII
Uau! Luís! Gostê!!! e Cantê!!
Beijinho,
Xana, the VIII
Xaninha era o Dundo que ficava perto de Luanda? Se era também passei por lá.
Mais memórias.
Beijinhos Xana the VIII
Olá Becas!
Não sei!!
Maaaaaaaannnnaaaas!!
A Clara e a Guida vinham aqui ao muro de vez em quando!!
Alguém as viu!
Elas saberiam responder!
Vou ver se as encontro!
Beijinho,
Xana, the VIII
Parece que a Guida está sem tempo sequer para respirar! Mas respondeu-me por mail:
"O Dundo fica la Lunda Norte, perto da actual República Democrática do Congo, ou seja, a muitas centenas de quilómetros de Luanda"
Parece que não é o mesmo Dundo, Oh Becas!
Beijinho,
Xana the VIII
Silva Porto eu lembro-me, uma cidade linda cheia de árvores e grandes avenidas é a memória que tenho, mas na altura também era muito pequena, tudo era grande...obrigada Xana.
Também lá estive, era a cidade do pessoal da Diamang. Era Dundo sim senhor. Nem vinha no mapa mas era uma cidade de primeira. Já Portugália que ficava mesmo ao lado aparecia no mapa como cidade e chamar aquilo aldeia já era um exagero.
Cheguei a visitar os cofres de diamantes. Não dava para acreditar.
P.S. Em 74 quando saí da Lunda no nordeste de Angola ainda se conseguia arranjar diamantes simplesmente com uma peneira em alguns rios. Pelo menos era o que se dizia por lá. Eu nunca tentei. eheheheh
Perto de Luanda era o Dondo, sempre confundi.
Beijinhos Xaninha
Joni.
Mais!
O Dundo fica em Angola, terra onde tb vivi. Lembro-me muito bem dessa rua, e das mangueiras carregadinhas de mangas. Se quiser ver muito mais sobre essa terra maravilhosa pode ir a este site www.diamang.com onde guardamos as nossas memórias, ou juntar-se a nós no Facebook, na Diamang Angola
Tudo de bom
Rosa Lopes
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