ARAMES E PORTAS

Os meus irmãos continuam sem Norte, com quests sem nexo.

Afinal este blog pretende ser um repositório das nossas memórias de infância e juventude. Por isso aqui vai mais uma recordação.

Não me lembro com que idade os meus pais me deram chave de casa, talvez 18 anos?
No entanto, muito antes disso já saía à noite, para descobrir o resto dos Olivais e para ir à cervejaria Munique, no Areeiro, onde a geração do meio se iniciou nas beberolas. Lembro-me que só no final os empregados contavam as cervejas bebidas, razão pela qual as mesas ficavam pejadas de copos. Basta pensar que normalmente eramos mais de 4 e que cada um bebia cerca de ... muitos finos. Depois passamos para as canecas e o Becas para as girafas (eheheh).

Bem, nessas saídas à noite quando voltava para casa, sem chave, tinha de me desenrascar (aforismo dos Olivais). Tinha então um arame com um laço na ponta, em forma de ovo de colombo, que introduzia na ranhura do correio e com jeitinho (como tudo) pescava o trinco da porta e, voilá, abria-se. No entanto, por vezes não era fácil, e quando não se acertava à primeira era mau sinal e lá estava vários minutos em vãs tentativas. Sim, porque por vezes o próprio discernimento do nativo olivense já não era muito, porque afinal os finos da Munique deixavam marcas.

O sobredito arame estava sempre escondido atrás de um vaso ao lado da porta. Será que ainda hoje alguém usa este sistema pré-histórico para entrar em casa? Quem é que também usava este sistema e quem o inventou?

Mais histórias virão.

Um abraço

Kitos