Bela História da Juca Perry

mjprocha@ff.ul.pt

Olá J.Pedro

Dou os parabéns pelo blog. Está fantástico! Vou só contar uma história que se passou há poucos anos. Um dia, em 2002, quando tinha acabado de ir viver para a casa dos Salazares Antunes, vejo funcionários da CML a tirar os plátanos à beira da nossa casa (talude de relva da Gomes da Costa). Como durante a EXPO, com a construção do túnel e alargamento da Avenida, os plátanos originais tinham sido cortados, a EXPO colocou uns já relativamente grandes para nos “compensar”. Bom, estranhando tão silenciosa operação (as caleiras deixadas pelas árvores eram cuidadosamente tapadas com tapete de relva: ninguém diria que ali tinham estado quaisquer árvores) dirigi-me ao pessoal e perguntei o que é que estavam a fazer. Ninguém me soube dizer nada: apenas cumpriam ordens! Que ligasse para a CML! E foi o que eu fiz ou melhor tentei fazer: alô? Precisava de falar para o departamento de espaços verdes! Não é aqui...ligue para o nº tal e fale com Eng..tal...não está de momento...vou passar ao técnico...não atende, passo ao assessor Dr...já saiu...agora só amanhã... etc... o costume!. Escrevo um fax e envio!

Dia seguinte, 8 horas da manhã liga-me a minha mãe: Juca os homens da CML já cá estão a tirar o resto das árvores! Saio a correr com ramelas e tudo e deixo os filhos em casa com instruções para não saírem. Duas camionetas, um encarregado e seis funcionários. Todos com uma enxada na mão a abrir caleiras à volta dos plátanos. Dirigo-me ao encarregado e peço esclarecimentos: que estavam a fazer? Iriam substituir as árvores por outras?. Não os dava. Que ligasse para a CML. Disse-lhe que já tinha enviado um fax e que aguardava resposta, pelo que ele não poderia remover mais árvores até os residentes da Bafatá saberem o que se passava. Pedi-lhe para ligar ao superior dele. Respondeu que não o fazia. Peço-lhe então o número do telefone do superior dele. Responde-me que não era uma lista telefónica. E eu desesperada juro-lhe na cara que ele não ia remover nem mais um plátano até eu (Juca Perry) ter respostas! Dirigo-me para um plátano e sento-me na base não deixando o funcionário continuar a cavar. Entretanto a minha mãe começa a mobilizar os vizinhos e juntam-se ali algumas pessoas ... e chamamos a Agência Lusa (não tinha o teu contacto, senão tinha-te ligado). O Encarregado, já furioso por causa duma doida (Eu!) que não o deixava acabar as tarefas ameaça-me: Ó minha Sra, eu não tiro essa mas tiro a outra ao lado! Fiquei em pânico...eis senão que olho para o grupo e vejo o meu filho Manel (com 6 anos) a olhar para estas cenas (ele desobedeceu e saiu de casa para ver o que se passava) e peço-lhe: Oh filho, faz um favor à mãe, senta-te ali na base daquela árvore porque este senhor ainda não percebeu que não sai daqui nem mais um plátano! E o encarregado deita as mãos à cabeça e diz” Por favor não meta as crianças nisto!” Aí percebi que essa era a minha grande arma. Os funcionários com estas confusões piraram-se e o encarregado quando viu chegar a A. Lusa afastou-se para as empenas dos Blocos mais abaixo. Bom, sai a notícia nos jornais, TVI e não sei se mais. Dois dias depois uma Engª da CML explicava-me ao telefone que iriam substituir as árvores mas que só o fariam quando as novas já estivessem disponíveis.

Liga-me o meu irmão João depois de me ver nas notícias da TVI comentando que a CML me perseguia (eu já tinha tido dissabores com a CML em Telheiras – eixo N-Sul) . Aí desabafei com ele e disse-lhe “Sabes João, tive pena que isto não se tivesse passado há 30 anos atrás, porque o estúpido do encarregado nem tinha tempo de abrir a boca: era corrido à pedrada!”

Resposta do João: Oh Juca, já não há míudos como nós o fomos...olha... já nem há pedras!

Com esta história me despeço e quando tiver tempo envio mais...das antigas principalmente!

Um abraço

Juca

Olá novamente Joãozinho

Esqueci-me de dizer que o Homem dos gelados (gelados Nevada) ainda existe, ainda vende e ainda apita a mesma buzina. E o padeiro que distribui o pão, casa a casa, é também o mesmo. Isto é que é qualidade de vida! Só ainda não deixei os meus filhos provarem os ditos gelados porque com a idade aprendemos umas coisas acerca de regras de higiene e controlo de qualidade que nos tiram os prazeres de infância. Fica a memória dos sabor dos gelados que os meus pais apelidavam de “gelados de cuspo”. É como a piscina dos Olivais, onde tanto nos divertimos e que hoje seriamos incapazes de colocar um pé naquele caldo bacteriano ou deixarmos os nossos filhos atirarem-se como doidos das pranchas de 10 m!

Saudações

Juca Perry

Xiiiii! Juca, o que tu me foste lembrar...

A Prancha dos 10 metros da piscina dos Olivais...

Um dia tou na Piscina e, finalmente, depois de muitas e muitas idas à piscina... ganho coragem e decido que vou subir à prancha dos 10 metros para ver como é a altura... Vou decidido, subo, subo, subo, estou já no último lance a chegar à base de pedra da Prancha dos Dez e quem vejo a olhar para mim????
Um tipo medonho, cheio de tatuagens, com um corpo brutal, cara de assassino, mau como as cobras... o Vidal, um dos gémeos.

VIRA-SE para mim e diz: «Olha, um puto das vivendas.... Vamos atirá-lo daqui!»

Ia morrendo...
Juro que não me lembro o que aconteceu a seguir... tal foi o susto!
Mas certamente desci pelos meus pés...

«Joãozinho»