"Rua do tamanho do Mundo"

"Rua do tamanho do Mundo"

terça-feira, 22 de maio de 2007

Comentários do pessoal

Joãozinho disse...

Fui eu que «inventei» o blogue, logo tenho privilégios de «administrador»... eheheh!
Pois, eu vou dizer-vos o que passou pela minha cabeça nestes dias.
Quando soube do almoço, fiquei doido. Vocês não imaginam as secas que levei ao longo de 18 anos de jornalismo, de tipos que me pediam, imploravam, para fazer pequeninas notícias sobre o reencontro dos vários grupos de magalas da guerra do Ultramar. Aquilo era mesmo importante para eles. reencontrarem-se 20, 30 anos depois.

Pois, foi o que eu senti agora. Era mesmo muito importante.

Primeiro o entusiasmo. Muito entusiasmo, algum nervosismo.
Na véspera a desilusão.
Desilusão, é verdade, quando percebi que «a minha malta», aqueles que cresceram comigo, não íam. Claro, refiro-me ao Pô, ao Tico, ao Zézinho, à Isabelinha, ao Manelinho, à Ginha, à Nini, ao Miguel Calvo... vá lá, apareceu o Fernando («usted»)

Fiquei triste, é verdade.
Mas garanto-vos que no próximo vão lá estar.
Fica aqui a promessa, nem que os tenha de ir buscar a casa.

Depois da desilusão, lá fui. Ainda na expectativa.
Que nomes guardava eu melhor, para além dos que não foram???

Bem, há um que é para mim um ícone. E não me perguntem porquê. Coisas de putos: O Janjan (estranho, eu escreveria jãjã...)
É verdade. Há uma admiração por ele que não sei explicar.
Não sei se porque era ele que quase sempre me ia buscar ao grupo dos «putos» para jogar à bola com os grandes...
Que foi ele que me levou a treinar ao Casa Pia.
Se calhar porque era ele que, entre aquelas brincadeiras, «vamos lá lixar os putos», acaba por, a dada altura dizer aos outros... «Já chega! Já chega, deixem lá os putos»!
O Janjan era um líder. Fiquei com essa ideia.
Também não sei explicar bem porquê, mas a família Pais ficou na minha memória como uma família fantástica. Cada um no seu estilo.
O Janjan está dito. O Nuno, bem, o Nuno era um porreiraço. Era o tipo que atirava charme para as miúdas, que fazia loucuras com as motos... aquele tipo que faz as coisas que nós não sabemos se alguma vez, algum dia conseguiremos fazer... O deslumbramento!
Grande Nuno.
Depois o Pêpê. Não o víamos muito, era outra onda, grupo mais velho. mas quando aparecia era amigo dos putos.
Jogava connosco, ainda me lembro num dia que delirou com uma máquina de flippers que eu e o Paulinho (agora me lembro, o paulinho tinha um jeito para a bricolage... ) fizemos com madeira e elásticos e pregos... Tivémos até horas tardias sentados no passeio em frente à casa do Becas Stone, debaixo do candeeiro. Jogámos, jogámos, e o Pêpê curtia!
Depois a Ana. Não a vejo há décadas, mas lembro-me que tinha uns olhos lindos.
Ficou a imagem, para o puto que eu era, da mulher que qualquer homem podia sonhar.
Depois havia a dona Elvira, que era para mim uma Santa, sei lá, ao nível da madre Teresa.
Também não sei explicar porquê. Talvez conversas que ouvisse em casa, da boca da minha mãe. Não sei. A minha memória RAM não dá para mais... Não me lembro.
depois havia o senhor Pais, também não lembro o nome, mas tenho a imagem perfeita de um homem elegante, cabelos brancos mas sempre bem penteado.

E o Bi. O Bi alinhava parcialmente em várias cenas. nem sempre tava virado para a bola. Mas às vezes jogava. Mas era capaz de alinhar noutras aventuras. Era um tipo fixe, tolerava os putos, não me lembro de alinhar nas «torturas» aos putos.

Não, não pensem que fiquei traumatizado por causa dessas vossas brincadeiras. nada disso. Foi uma lição de vida. Mais tarde fiz o curso de Comandos (que foi só uma continuação da soobrevivência na rua... eheheh!!) e hoje... meus amigos... para me atirarem abaixo... não é nada fácil!
Já vários tentaram... não é fácil!


Bem eu ficava aqui a noite toda a contar as minhas memórias .... mas torna-se repetitivo.
Mandem mais reflexões... que eu depois volto às minhas!


E, Bi, adorei o teu telefonema! Adorei mesmo!
Sei que fiquei engasgado, sem resposta, mas adorei!

Ah, mas queria lembrar outras pessoas.
Vocês perdoem-me, mas há muita coisa que esqueci.
A minha memória dos Olivais Sul é uma espécie de Puzzle gigante em que vejo claramente alguns conjuntos de peças, outras não fazem sentido e há zonas totalmente brancas... Onde estão as peças?

O becas, por exemplo. O Becas Stone, estive sentado ao lado dele e criou-se logo uma empatia. Um porreiraço. É o tipo de pessoa para, caso nos aproximemos, ficarmos grandes amigos.
Mas perguntam-me vocês, do que me lembro eu dele?
Nada, ou quase nada.
Tenho a vaga ideia de que alinhava nas brincadeiras chatas de lixar «os putos», e pouco mais.
lembro-me que a jogar futebol era dos que tinha o remate mais forte.
Se não me engano, eram biqueiradas... e das fortes!
le,bro-me que era rapidíssimo a correr.
Pouco mais. Não lembro mais nada.

Do Rui da Nova só tenho lembranças posteriores. Numa fase em que eu me dava muito com o miguel calvo, e o Rui era companhia lá de casa.
Dos tempos antigos, só me lembro que era um jogador tortuoso, daqueles que enrolava a bola nos pés numas fintas complicadas de imitar... era difícil de lhe tirar a bola dos pés.

Na verdade, a malta da Rua 2 não tinha muitas ligações à Rua 1.
Eu tive essa ligação com o Miguel Calvo e pouco mais.

Tenho a ideia de que havia duas miúdas da minha idade na Rua 1 que eram lindas... (isto quando eu tinha uns 10 anos...) Uma era a Inês Salazar, outra... seria a Gennie?

Lembro-me de andar a caçar osgas com uma fisga no quintal dos Afonsos, ao lado do Jãjã. No Verão, quando eles estavam de férias. Saltávamos o portão e andávamos à procura de osgas entre as folhas nos muros... Naqueles verões escaldantes... Pois é. Agora me lembro... eu não ia de férias... olha as coisas que uma pessoa se vai lembrar!
Adiante!

Do meu pai quase não me lembro. Vocês se calhar lembram-se melhor que eu. Que às vezes vinha o homem dos gelados e ele mandava comprar gelados prós putos todos...

À minha frente, os Altininos.
A João era um borracho.
A minha irmã Paula era muito amiga da Clara, Nogueira. tenho uma vaga ideia dela. Que boa pessoa era!
Já o Armando era um louco. Fazia parceria com o nuno na doideira. isto quando se davam, porque às vezes punham-se à porrada!


bem... agora é que ternino mesmo!



Abração para todos!
«Joãozinho»














redjanpais disse...

Usted... sempre grande... Joåozinho já grande....

22 de Maio de 2007 10:45

redjanpais disse...

Sessenta ? Setenta ? Cem pessoas ? Talvez ... eram muitos, eram bebés e bisavós, estavam mais gordos, mais velhos, mas estavam ! Como estavam há trinta anos atrás, há quarenta anos atrás! Eram a minha infância, a vida como a comecei a conhecer ! E vi a D. Justina, igual na sua juventude, na sua mesa estava também o filho do filho do seu filho! O que me levou àquele momento em que entre jogos de futebol de portão a portão, o meu amigo de tardes de sol nos disse que a namorada, a Lidia, estava grávida! E estes anos todos depois revemos a vida ! Que, como sempre aprendi, continua ! É verdade, tem continuado sim.... foi bom rever-te Olivais Sul!
E obrigado Ligia e Becas Perry !! !!!

22 de Maio de 2007 10:51

Capesi disse...

Achei perfeitamente normal, dizerem-me que estava muito diferente, porque eu tive imensa dificuldade em reconheçer o Quitos, esse sim, completamente diferente!!! eheheheheeh

22 de Maio de 2007 13:36

redjanpais disse...

Joåozinho, Bi, Rui da Nova e PP juntos ? Só mesmo 30 anos depois...

22 de Maio de 2007 10:44

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Capesi disse...

O Pêpê e o Rui, volta meia volta vou encontrando... Agora, o Joãozinho, foi muito giro voltar a ver o "puto" de 39 anos...
Bi

22 de Maio de 2007 12:33


Capesi disse...

Voltou a ser fantástico, rever tanta gente de outros tempos!

Para mim, o momento alto foi quando o "puto" Joãozinho recordou a cena do candeeiro! Que coisa mais parva e maluca e da qual já não me lembrava.

22 de Maio de 2007 09:22

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redjanpais disse...

Com calma e tempo voltarei a escrever sobre este almoco, ( estou na Suécia e o teclado näo tem cedilhas ) .... de qualquer modo achei fantástico rever tanta gente da minha vida, da minha infåncia.... OBRIGADO a todos... Janjan

22 de Maio de 2007 10:43



4 comentários:

capesi disse...

Como estive na 1ª edição do almoço da RCBafatá, há três anos atrás, só tive algumas supresas e todas elas foram agradáveis.

O Becas Stone é só o gajo com quem me dou há mais anos (para aí uns 40!!!), vejo com muita regularidade o pessoal que continua a morar no Bairro, estou ou falo com regularidade com o Tó João, o Janjan, o Dani (quando vem da Suiça, encontro-me sempre com ele), o Raul (somos vizinhos, outra vez), o Ossitos, a Ginha e Nini Caninhas, o Fernando, o Miguel, o Manel...

Foi baril rever o Nuno Pais, a Mitó (não me reconheceu e confessou que eu estava muito diferente! Claro que ela ainda não tinha encontrado o Quitos, senão ainda ficava mais à toa!), a Cristina (tb não me reconheceu!!), a Xana Esgalhado (acho que nunca me tinha dirigido a palavra anteriormente!), a Flora (tb não me reconheceu, por estar de óculos escuros!), a Juca (adorei almoçar na mesma mesa!), a Guida e o Joãozinho (tinha encontrado a Guida há uns 10 anos atrás, mas o puto, não o via há long time...) e pode/deve estar a faltar alguém, mas tenho que fechar a loja e ninguém vai levar a mal...

capesi disse...

Ah! Adorei rever o "puto" Pedro (das 7 meninas)... Ganda malha!

Alberto Perry da Câmara disse...

PESSOAL EM BREVE E COM MAIS TEMPO VOU ESCREVER UMAS COISAS GIRAS, ESTÁ QUAISE....

BECAS RUA 1

Anónimo disse...

João,
Toda a Malta!
Parabéns pela página e pela iniciativa do(s) reencontro(s)!
Sinto uma nostalgia enorme da rua, das vivencias, desses tempos.
Ao passar pelo blog, a minha memória entrou num turbilhão de recordações: as longas tardes de verão; as noites acelaradas nos russos, as pequenas patifarias que faziamos uns aos outros, etc, etc, etc.
A distancia entre Dili e a (nossa) Rua não nos separa!
Espero poder estar aí no próximo almoço!
Forte abraço,
joni
--
João Pereira da Silva
Dili
(+670) 7249898