Passa-se em casa de um amigo nosso. Que mora aí em baixo, perto do Olivais Shopping.
Bem, o rapaz está delirante com uma ideia que teve ( o terraço do prédio tem uma vista maravilhosa para o tejo e estava fechado) abrir e recuperar o terraço para poder ser utilizado por todos os condóminos.
Com essa deslumbrante ideia, insistiu em mostrar o terraço a todos os convivas que lá por casa estavam num aniversário. E lá estava eu, mais uns tantos. A admirar a paisagem.
Ora, o Terraço, na altura, tinha uma coisa a rectificar, as grades de segurança causavam alguns arrepios (situação já corrigida).
Então está um rapaz da minha idade, a contar-me:
«Tás a ver este prédio em frente? (prédio mesmo em frente à Damião de Góis) olha a chaminé, tás a ver aquela altura? Pois, eu já lá estive... Eram as nossas brincadeiras de putos. Tinha eu 12 anos, e a brincadeira era ver quem conseguia subir ao ponto mais alto e perigoso do prédio. Eu estive ali...!», dizia ele, em jeito de gabarolas, ao nível da melhor personagem basófias do gato fedorento.
O meu puto, na altura com 13 anos, ouvia, e esboçava um sorriso para mim. O filhote dele, do gabarolas, fazia uma cara de estranheza, e questionava, «tu, ali? Naquela chaminé?», e o gabarolas confirmava. «Claro, eu subi ali... Um dia até estávamos nesta brincadeira e caiu um bebé de uma janela de um andar alto... ficou feita em merda lá no chão... fui eu que chamei a ambulância!»
Bem, gabarolice atrás de gabarolice...
Eu e o meu puto estávamos a divertir-nos, como se estivéssemos a ver o Gato Fedorento ao vivo...
A dada altura, o nosso amigo comum vai mostrar o segundo terraço... este sim, era preciso ter muito cuidado, porque havia sítios sem quaisquer grades em volta.
O Filho do basófias tava curioso... e aproximou-se da ponta do prédio!
O Pai, o tal gabarolas, tava cagadinho de medo, puxa o puto pelo braço e grita: «Tu não sais de perto de mim ouviste??? Enquanto agarrava o braço do rapaz com violência!»
Neste momento, o miúdo, que tinha uns 14 anos... diz esta genial para o pai:
Apontando o dedo para o alto do prédio em frente (deve ter uns 10 ou 11 andares) :
«Ouve lá, não eras tu que subias para aquela chaminé, com 12 anos, para te armares em corajoso? Então larga-me pá!» e fugiu das «garras» do pai... que ficou sem argumentos, passando para aquela fase menos racional de ameaçar dar-lhe porrada da grossa!
Genial...
Tive que sair dali para soltar uma gargalhada nas escadas do prédio...
de facto... os tempos eram outros, as brincadeiras eram outras.
O mundo mudou!
Nós mudámos!
«Joãozinho»
domingo, 17 de junho de 2007
Esta é uma história actual, mas deliciosa!
à(s) 18:39
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1 comentário:
LOL, exactamente. Mas achas ke ele subiu mesmo lá acima? É ke normalmente os gabarolas desse estilo, são uma mentira e akilo ke apregoam ser, ter ou fazer é falso. Kem é rico não diz ke é rico (apenas é), kem é corajoso não diz ke é corajoso (apenas é), kem lê não diz ke lê (apenas lê), kem é bom não diz ke é bom (apenas é) etc...
Os ke sentem tanta necessidade de fazer publicidade de si próprios, manipular outros para ganhar adeptos, etc...são uma farsa e são precisamente o oposto daquilo ke pretendem mostrar ke são. Ele lá acabou por demonstrar o grande corajoso ke era...LOL
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