"Rua do tamanho do Mundo"

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sábado, 2 de junho de 2007

Recordações da Xana (Esgalhado)

Olá Pessoal,

Cá estou eu a estrear-me no "nosso" magnifico blog! Antes de mais quero agradecer aos organizadores do almoço (Ligia e Becas) o magnifico encontro (que, para além de todos os aspectos já focados penso que falta referir ainda a qualidade da comida!), e também ao João pela magnifica ideia do blog. Adorei rever o pessoal. Fiquei surpreendida por já não reconhecer alguns ( a idade não perdoa) como por exemplo os da familia Camacho - o Kitos, a Graça Camacho (que está um espanto!)e a Cristina, os Fonsecas, o Bi, Tó João, a Mitó e alguns dos “adoptados” ( aqueles que não eram da rua, mas passavam lá a vida).

Voto na ideia de se fazer 1 encontro anual (posso oferecer-me para organizar o próximo em conjunto com mais alguém. Jan Jan queres ser voluntário? ).

Gostei também imenso da ideia do Becas de fazer 1 história aos quadrinhos das Aventuras da Bafatá.. Precisamos é de 1 artista para a coisa. Becas és candidato?

Tenho acompanhado a evolução do blog ,e, já me ri com as imensas histórias do Baú das recordações! Só espero que os nossos filhos não leiam isto, pois podem ter algumas ideias mais atribuladas!!!!!

Para além de tudo o que já foi referido acrescento mais o seguinte:

- lembram-se de ir à mercearia do outro lado da avenida comprar pastilhas e rebuçados? Juntavamos os todos trocos, e lá iamos nós. A mercearia tinha muito mau aspecto...

- para além do homem dos gelados (que a Juca referiu) havia ainda o que vendia bolacha americana. A minha avó pagava muitas vezes o gelado/ bolacha à miudagem lá na rua. Lembram-se?

- E, lembram-se , quando iamos tocar às campainhas dos prédios a perguntar se queriam "electricidade em pó", e outras patifarias....

- E as corridas de carrinhos de rolamentos, que faziamos ao longo de toda e rua 4 até à 1?

Recordo aqui uma história da minha irmã Ana (a mais velha dos Esgalhados), durante os famosos Jogos Olimpicos: a Ana Esgalhado, como uma das mais velhas lá da rua, ia tomar conta de nós nas piscinas. Durante a prova de natação a João Salazar desmaiou e a Ana entrou em pânico. Deu-lhe 2 bofetadas e a João lá acordou. Mas, como a João não queria desistir da prova de natação lá voltou às piscinas para acabar a corrida, e quando chegou ao fim voltou a desmaiar. Claro que a Ana, voltou a entrar em pânico e lá aplicou outra vez a mesma receita – mais 2 bofetadas! A João lá acordou outra vez, e tudo acabou bem....

Nota1: Achei que a geração dosV/ filhos é toda muito bonita e bem comportada (será só aparência?!). Claro que não seria de esperar outra coisa de tão ilustre linhagem.

Nota2: Já divulguei o blog junto de toda a familia. A Geni ( que está nos EUA) e a Ana (em Bruxelas) adoraram a ideia, e em breve irão contribuir.

Bjs e até breve


Xana Esgalhado

5 comentários:

Mat Kearney disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JPF disse...

Tens toda a razão times.
Sabes, confesso-te agora uma ideia que tenho na cabeça já há uns anos.
Um dia gostava de ser autarca. Com um projecto megalómano: A cidade do Desporto.
Todos os cantinhos serviam para instalar cestos de basket, pistas para correr, circuitos de manutenção, ciclovias, campos de futebol, de ténis, redes para volley, tudo ligado ao desporto... Mesas de ping-pong nos jardins,

«Obrigar» os miúdos a estarem na rua... de tanta oferta desportiva que tinham...

Que tal?

JPN disse...

Embora não fosse da vossa rua adorava ir a casa dos meus primos (os Calvo) e passava lá muito tempo, pelo que também fui conhecendo alguns de vocês, muito especialmente o Joãozinho, que me avisou do blogue. E não pude deixar de ler a pergunta sobre o vendedor de bolacha americana. De bolacha americana e esticolicas, o rebuçado que estica e não encolhe. Chamava-se Ai-Ai, andava sempre vestido de branco, era muito pequenino e andava pelo bairro com o seu famoso pregão "é para os putos que não querem comer a sopa". Era o terror das mães porque era irreverente, mal educado e reguila. Nós gostávamos de nos meter com ele, roubar-lhe os chupas, ou melhor, ouvi-lo praguejar enquanto lhe tentávamos surripiar os esticolicas. Quando corria o bairro havia sempre grupos de crianças a tentar roubar-lhe os chupas. Acabou por ser assassinado, por tuta e meia. Há uns anos valentes, estava a procurar informação para uma peça de teatro com histórias dos olivais (onde entrava também o famoso Urié, o homem árvore, que conduzia um tronco como se fosse um carro) descobri que o Ai-Ai tinha chegado a fazer de reclamista numa peça que estreou em 1945, chamada, curiosamente, "A Bolacha Americana".

capesi disse...

O Ai-Ai era um granda maluco! Agora, o Órié??? Nada disso. Esse homem guiava largo...

Mat Kearney disse...
Este comentário foi removido pelo autor.