Estes 10 Comentários tinham que vir para a frente.
- «joãozinho» disse...
Ó Indecisa, para já, tens um nick fantástico, que condiz claramente com o teu pensamento expressado nos comentários.
Mas, agora parece-me que já podes mudar de nick, já te decidiste: Não és da nossa Rua C Bafatá, mas conheces malta de lá. És um dos nossos, claramente!
És da rua do santana Lopes? Ele morava numa rua perto da Policlínica, as minhas irmºãs mais velhas que andaram nas loucuras políticas do pós-25 de Abril, conheciam o Santana, até porque participavam nas lutas políticas do liceu D. Dinis etc...
Por falar em Política, outro comentário aqui colocado lembrou-me outra história fantástica.
Mas esta quem a podia contar melhor era mesmo o Miguel Calvo.
E esta surgiu-me por se falar no José Augusto. É verdade, ao lado da casa das paixões.
Ora, tinha eu uns... 8, 9, ou 10 anos... e teve o José Augusto a brilhante ideia de fazermos um jornal. Que vendiamos a 10 centavos, acho... Chamava-se «O Grito dos Putos».
O José Augusto era o director, que imprimia o jornal, e os jornalistas éramos eu (Joãozinho) o Miguel Calvo, acho que o Quim (já lhe vi aqui um comentário - é o primo do Miguel calvo que morava por cima, perto da escola de Nampula) o Pô, o Tico e o Zézinho.
Não me lembro se mais gente, mas provavelmente sim.
Ora... faziamos textos de miudos de 10 anos, como é normal. Tinhamos um clube (lembra-me Quim... como se chamava???)
Acontece que um dia, começaram a surgir vozes censoras. Alguns pais alertaram os nossos pais que este projecto jornalístico podia ter características subversivas. Esse José Augusto «é um comunista perigoso»... Bem, sei que ao fim de algumas hesitações, dificuldades, problemas na venda, e muita pressão dos pais... acabou o projecto!
Acreditam que nunca mais me lembrei do «Grito dos Putos», e só há um ano, descobrindo que o Quim namorava com uma boa amiga e colega jornalista do Diário de Notícias, ele me lembrou esta coisa do Grito dos Putos.
É verdade, eu fui jornalista aos 8 anos... e acabei por vir parar a esta profissão aos 22 anos...
Incrivel.
Incrivel também como se montavam imagens das pessoas.
O José Augusto era mais velho que nós, claro... alguém tinha de saber o que estava a fazer... mas era um tipo incansável, impecável connosco... E vendiam-nos essa imagem negra, tenebrosa...
Zé, se por acaso vieres a ler isto que escrevo, queria dizer-te que tinha grande admiração por ti, e pela ideia que tiveste do jornal...
Esta história dos comunistas, hoje um tema absurdo, irrelevante, era naquela altura, pós-25 de Abril complicado.
Mostra também um pouco a realidade política daquela rua.
Digam-me lá vocês, que eu não tinha consciência política naquela altura: A nossa rua era uma rua de Direita? É que eu, lá em casa... como devem imaginar, o meu pai morreu tinha eu 5 anos, a minha mãe aflita para sustentar 8 filhos... política era coisa que não estava nas suas prioridades...
Bem... fico-me por aqui!
PÔ e Zé, quero a vossa presença por aqui tá?
E falem com o Tico... a Isabel, a Ginha a Nini... a Rua 2 que apareça!
P.S. Esta história do blogue tem ainda outra coisa fantástica. O Times, por exemplo. Não o conheci em puto. Era um dos tipos mais velhos que por lá andava. Mas acho que nunca falei com ele... E agora, leio as suas coisas... carágo, que tipo fixe, gosto das suas ideias, da forma como conta as histórias, da maneira como ficou marcado por coisas que também a mim me marcaram... é giro isto! Abração Times!
PS para a Indecisa: Margarida indecisa, tu és decididamente uma de nós. Até porque tens outras coisas em comum com a nossa rua. Tal como o Pô e o Tico, és filha de um meteorologista de sucesso da televisão (Costa Malheiro e Anthímio de Azevedo)
Pô, lembrei-me agora. Desculpa-me lembrar, mas o teu pai tinha coisas incríveis. Lem,bro-me quando a malta estava a jogar á bola na Rua e ele aparecia lixado porque a bola tinha batido no carro e acabava-se o jogo... Provavelmente, visto hoje, eu como pai, e proprietário de um carro que custa imenso a pagar, se calhar já o compreendo, mas na altura... Xiiiça pró homem, que era chato... (convém lembrar o carro, que nós chamávamos o «Sabonete», um Taunus mesmo com cor de sabonete, um azul esverdeado...)
João pedro
Joãozinho
Relativamente ao charme, agora é que ninguém "agarra" o Quitos... ehehehehe
5 de Junho de 2007 17:01
Olá a todos.
Eu chamo-me guida malheiro e vivi nos olivais na rua 1... lembro-me de alguns de voces, nomeadamente do pepe.
Agora parece-me que essa guida malheiro na foto não sou eu... ou estarei maluca????
Um abraço a todos
6 de Junho de 2007 03:16
Realmente a "guerra" era entre a rua 1 e a rua 2 (os da rua 3 e 4 faziam parte do exército da rua 2, estando nós em desvantagem numérica), eternos rivais na altura. Não sei se se chamava a guerra dos 100 dias, não tenho memória disso... talvez! O que se passava basicamente era o seguinte: quando um grupo da rua 1 encontrava alguém da rua 2 prendia-o num dos quintais (nos postes da roupa), com cordas e tudo e depois eram torturados para revelar os planos de ataque e vice-versa. Eu e o meu irmão João fomos feitos prisioneiros pelos da rua 2 no quintal dos Navega e levamos uns murros e uns pontapés, mas não revelámos nada. Normalmente tudo acabava com as mães, desesperadas, a chamarem-nos para ir jantar...
De facto, havia algumas cenas de pedrada e pancada na rua e nos quintais. Lembro-me de um certo dia apanharmos (eramos uns 4!) o João Navega na rua 4 e lhe darmos um "enxerto de porrada". Porquê? Porque ele cada vez que nos apanhava sozinhos nos batia pois era mais velho 2 ou 3 anos que nós. Juntámo-nos e demos-lhe uma lição... Brincadeiras de crianças... Essa dita "guerra" ocorreu talvez em 1967 ou 1968 e participaram pela rua 1: João e Luís Camacho, Toninho, Jorge e Pedro Esgalhado, Luís da Nova, Tó Perry e Manel Calvo.
Penso que o meu irmão João se fartou de partir cabeças... Falem com o João Perry, que ambora não tenha participado, tem uma memória de elefante... Pela rua 2 eram os Navega, os Nogueiras, os Altininos, os Azevedos, o Quim Stone, e já não me lembro de mais... (eles eram ligeiramente mais velhos que nós, e maiores!).
Lembro-me de chegar da escola, lanchar e ir para a "guerra"...
Cada exército tinha um quartel-general que ficava num quintal. Acho que o meu quintal (Camachos) era um deles pela rua 1 e o quintal doa Navegas pela rua 2. Mas a memória já me falha. Já passaram 40 anos!!!
Eu sei (?) que a Ana Cristina, a Elsa, a Ana Teresa e a Paula da Nova eram as enfermeiras de guerra (?). Alguém me pode ajudar que o baú está cheio de teias de aranha???
Depois acabou a guerra, que provavelmente deve ter começado com um jogo de futebol de rua.
Ah! de vez em quando faziam-se umas tréguas para se jogar à bola, mas depois a guerra continuava...
Abraço aos meus "brothers in arms"!
6 de Junho de 2007 03:17
Enganei-me...eu era da rua 2
6 de Junho de 2007 03:46
e sou a margarida...não me lembrava já da minha password do blog
6 de Junho de 2007 03:47
Comentário a um comentário...
Guida Malheiro, tu vivias na rua 4 aos lado das Paixões, Ok! era quase, quase rua 1. Não! era rua 1!
Os Stones é que já não eram rua 1, definitivamente...
Nunca mais vi os teus irmãos, principalmente o Zé Augusto com quem me dava mais. Os outros teus irmãos (para quem não saiba eram gémeos) eram mais velhos que eu. Devem andar, agora, pelos 50/51 anos.
Um beijinho do Luís Camacho...
6 de Junho de 2007 03:47
Então não era eu...eu vivia na rua dois...meus irmãos são o Pedro e Paulo Malheiro e as irmãs kinha, Isabel e a mais nova Mada Malheiro... eramos filhos do costa malheiro e só vos conheci acho que mais tarde no café pintos ( parece-me ) A rua 2 era perto da policlinica, em cima da cidade da beira
6 de Junho de 2007 03:50
Guida:
Há aqui uma confusão de identidades... Tu és Costa Malheiro, mas a Guida Malheiro que eu me lembro era Malheiro Dias e viviam ao lado das Paixões no início da rua 4 em frente aos Calvos... Tens a certeza que eras da Cidade de Bafatá? Falas na Policlínica da rua Cidade da Beira.
A Guida Malheiro que aparece nas fotos é a Guida Malheiro Dias...
What a confusion!
6 de Junho de 2007 04:12
Exactamente por saber que não era da rua de bafatá é que escrevi aqui isto pois como falavam da rua 1, 2 etc e ao pé da policlinica existiam essas ruas tb eu às tantas já estava a ficar confusa.
Mas assim fico mais descansada
Um abraço e já agora manda um ao pepe e ao joni que parece-me que esses eu conheci ( embora mais tarde )
6 de Junho de 2007 04:22
Lindo!
eheheheheheheheh